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Jornalismo e mídias digitais: parceria que dá certo

O jornalismo sempre teve como função primordial informar e com base nisso ser capaz de formar opinião e transformar crenças e comportamentos. Nos últimos anos, ele mesmo foi impactado pelas mudanças globais na maneira de consumir informação e, como se bebesse do próprio veneno, o jornalismo tradicional entrou em crise e perdeu espaço para o conteúdo das mídias digitais.

As novas mídias trouxeram dinamismo e interação imediata que jornal, TV e revista não conseguem acompanhar. Rádio um pouco menos, com o detalhe de o público se distinguir por uma faixa etária mais alta que ainda não migrou totalmente para a Internet.

Muitos veículos não aguentaram o impacto nas receitas e tiveram que fechar as portas. Chegou-se a questionar se seria o fim do jornalismo e, consequentemente, da profissão de jornalistas. Era a vez dos influenciadores digitais e produtores de conteúdo on-line, que se multiplicaram e dominaram as redes atingindo milhões de pessoas com um único post em questões de minutos. Uma revolução no modo de fazer comunicação. Ao mesmo tempo em que houve uma democratização da informação, não demorou para chegar a onda da banalização dos fatos e das fakes news.

Veio a necessidade de questionar as fontes e resgatar a confiança nos profissionais. Não nos moldes de antigamente, mas conectando o melhor dos dois mundos: recursos e inovações da tecnologia que apuram e distribuem a informação de forma atrativa com as técnicas e ética do jornalismo.

A essência do jornalismo se mantém, mas os processos e os meios de transmissão se reinventaram. A notícia pode alcançar uma visibilidade muito maior e conquistar uma audiência mais interativa, tanto de forma massificada como segmentada. Está aí a mágica das plataformas digitais: o uso de dados para melhor adaptar o seu conteúdo e ampliar a sua voz.

Há ainda o fato de não se limitar a uma única forma de narrativa, transitando por texto, foto, vídeo, infográfico, link, podcast, etc. O jornalismo ganhou um aliado e não um concorrente desleal. Questão de adaptação e até de gosto, como no caso do rádio.

A realidade é que o futuro será multimídia e sempre precisará de informação com credibilidade. Um não sobreviverá sem o outro.

Kátia Gomes, editora